História do Reiki

Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2014 às 16:56

História do Reiki

Acredita-se que tenha origem no Tibet, há milhares de anos. Reiki é a “força da vida”, a força que nos mantém vivos. Quando a energia Reiki não flui, nossos corpos físicos cessam de existir. As civilizações e as culturas, na sua era e costume, têm nomes próprios para esta energia: o prana, o mana, o chi e o espírito, Ka, Pneuma, Nefesh, Luz, dentre outros, são alguns exemplos. A energia Reiki ajuda a curar todas as criaturas vivas nos níveis físico, mental, emocional e espiritual. O mestre de Reiki e o Reikiano são canais para esta energia. Quando uma pessoa é iniciada ela se transforma num canal da energia Reiki, que entrará pelo seu Chakra Coronário, passando pelo Chakra Cardíaco e fluirá pelas mãos. Ele manterá esta habilidade por toda a vida. A energia Reiki é inteligente e age com precisão. O Reiki funciona independente de opinião ou crença, já que é uma força vital que vem da sua fonte, independente de como é chamada ou conhecida.

O sistema USUI que estamos ministrando é atribuído ao japonês Mikao Usui, considerado o redescobridor da técnica após estudos, pesquisas e práticas.
Mikao Usui era, entre outras coisas, um monge budista que nasceu no Japão em 15 de agosto de 1865, numa pequena vila (Taniai).
Segundo as investigações de Frank Arjava Petter, Usui estudou Kiko (a versão japonesa de chi kung, arte oriunda da China para melhorar a qualidade de vida com meditações e exercícios meditativos) quando era jovem, num templo de budismo Tendai.
Nas práticas de Kiko, usa-se a própria energia vital para a cura de outras pessoas, ficando o doador dessa energia, esgotado/desvitalizado, algo que desagradou Mikao Usui.
Usui viajou depois por todo o Japão, China e Europa em busca de conhecimento nas áreas de medicina, psicologia, religião e diz-se que no seu desenvolvimento espiritual, chegou a ser um sacerdote cristão. Numa dessas etapas, juntou-se a um grupo designado Rei Jyutu Ka, onde a sua formação acerca do mundo espiritual foi fortificada. O intenso e continuado interesse de Usui pelo conhecimento o levou a criação dessa incrível benção que deixou para a humanidade.
Num retiro de 21 dias no monte Kurama, onde jejuou, cantou, orou e meditou, nasceu o novo REIKI. Entre as meditações, existiu a prática de ficar debaixo de uma cascata do monte Kurama com a água a cair sobre sua cabeça, para abrir e purificar o chakra da coroa. (Até hoje monges budistas cultivam tal prática.)
Usui no monte em suas meditações, após o 21º dia, um tanto frustrado, já iniciando a descida, acabou por receber uma visão contendo os símbolos do Reiki.
Descendo o monte, logo teve a confirmação de que havia descoberto um efetivo método de cura. Ao chegar embaixo, foi até um restaurante, onde após 21 dias de jejum, pediu um grande prato de comida, sendo que deveria começar a comer aos poucos!
Usui sem pestanejar comeu normalmente e de forma surpreendente, nenhum efeito da abstinência de alimento aconteceu, sendo assim, o primeiro sinal.
Uma garçonete, que estava com dor de dente passou por ele, quando teve a oportunidade para oferecer ajuda. Colocando a mão sobre o rosto da mulher, esta de imediato foi curada de sua enfermidade, sendo este o segundo sinal. Então Usui começou a ensinar mendigos e leprosos, em um bairro próximo ao seu monastério, mas logo percebeu que muitos dos mendigos que se mantinham nos velhos hábitos, voltavam ao estado anterior, deduzindo então que a cura deveria atingir níveis de mais profundidade, envolvendo uma filosofia de vida e por isso, instituiu a iniciação.

REIKI USUI “Curso Nível I

REIKI USUI “Curso Nível II

REIKI USUI “Curso Nível III

 

Nossas pesquisas seguem, uma vez que defendemos a verdade e na falta de informações, admitimos que merecemos, pelo menos, ficar mais perto dela e por isso, acrescentamos aqui uma versão da "História do REIKI" que acreditamos estar bem mais fundamentada do que as fontes do Reiki Ocidental que nos capacitou como mestres para esta missão.

Egídio Garcia Coelho
Parapsicólogo Holoterapêuta
RT/PR 9094384

 

A HISTÓRIA DO REIKI (William Lee Rand)

Em termos gerais, há cinco diferentes correntes do Qigong chinês que viajaram por rodo o mundo. Todas foram originadas a partir do taoísmo, ou do budismo, ou do confucionismo e são divididas em estilos ativo, ativo/passivo e passivo. Na terminologia chinesa, são chamados estilos yin, yin/yang e yang. Yin se refere aos nossos aspectos e os do mundo a nossa volta, passivos e femininos, como a Lua.

O caractere chinês que define yin quer dizer “o lado da sombra", e aquele que designa yang significa “o lado da luz”. Yang se refere aos aspectos masculinos, nossos e do mundo à nossa volta, como o Sol.

A corrente do Qigong mais comum, tanto no Oriente quanto no Ocidente, é o amplo espectro das artes marciais que Fazem uso, principalmente, de exercícios físicos para fortalecer o corpo e a mente a ?m de torná-los resistentes nos casos de um ataque físico ou moral.

Também serviam de exercícios físicos para monges que passavam a maior parte da sua vida meditando, sem dar atenção suficiente ao seu corpo.

Na segunda categoria estão os exercícios de Qigong estritamente médicos, os quais são muito comuns na China e, recentemente, ficaram populares também no Japão. Destinam-se a combater doenças e a fazer o praticante extremamente saudável, por meio do acúmulo de energia vital na parte inferior do abdômen. Também objetivam prolongar a vida. Como as artes marciais, os exercícios do Qigong médico pertencem às correntes yang.

O Qigong do confucionismo pertence à corrente e visa principalmente acalmar a mente, tornando-a receptiva a sabedoria moral. Os exercícios do Qigong taoísta são ao mesmo tempo ativos e passivos e empregam uma série de exercícios respiratórios, massagem interna, visualização e exercícios físicos para ajudar o praticante a obter de volta o equilíbrio perfeito do corpo, da mente e da alma. Os exercícios do Qigong budista pertencem à corrente yin, pois seu foco principal está na expansão da consciência interior. O equilíbrio físico é um resultado bem-vindo, mas não o objetivo principal.

Algumas técnicas tibetanas de Qigong budista ajudam os praticantes a exercitarem seu corpo por meio de meras visualizações. Eles não precisam nem se mexer!

Os exercícios Qigong tanto taoístas quanto budistas também visam fortalecer o corpo para ajudar o praticante a sobreviver fisicamente a iluminação, o que pode ser uma experiência muito poderosa. O santo indiano Ramana Maharshi comparou a iluminação a um “elefante tentando entrar numa pequena choupana de bambu”.

O Reiki é uma das ramificações budistas do Qigong, acrescido de influência xintoísta. Foi redescoberto pelo Sr. Mikaomi Usui, de Kyoto, Japão, no final do século XIX. Foi ele quem deu o nome de “Rei-Ki". Em japonês, o caractere Rei quer dizer santo, espírito, mistério, dom, espírito da natureza ou espírito invisível, e o caractere Ki significa energia, força natural, talento e sentimento. Normalmente, Reiki é traduzido como “energia vital universal”. Mesmo que o Sr. Usui não tenha sido médico no sentido convencional da palavra, vou me referir a ele como Dr. Usui, uma vez que ele foi médico no sentido real da palavra, isto é, a obra da sua vida foi curar o corpo e a mente de outras pessoas. No Japão dos velhos tempos, seus estudantes o chamavam de Usui-sensei, que significa professor.

A biografia do Dr. Usui é obscura e cheia de mistérios. Muito da tão falada informação “japonesa” que circulou sobre ele e seu movimento fora do Japão teve suas proporções exageradas, ou então não foi pesquisada apropriadamente. Seu prenome verdadeiro não era sequer conhecido até que o descobrimos, e o kanji de Reiki era frequentemente escrito errado. Quase todos os livros sobre Reiki em inglês e alemão, por exemplo, afirmam que o Dr. Usui era o diretor da Universidade Doshisha, de Kyoto, e que mais tarde estudou na Universidade de Doshida em Kyoto e, em lugar de simplesmente considerar como certa esta afirmação, qualquer autor poderia ter contatado sem dificuldade a Universidade para comprovar a informação.

Livro: O Fogo do Reiki – Frank A. Petter

                                                                                                            MIKAO USUI

Para muitos de nós, a pessoa do Dr. Usui ainda é uma criatura de fábula, envolta em uma névoa mística. Entretanto, ele foi, antes de tudo, um ser humano como você e como eu! Infelizmente, ainda sabemos muito pouco a respeito de sua vida.

Sabemos que ele nasceu em 15 de agosto de 1865, na província japonesa de Gifu, casou-se com Sadako Suzuki e o casal teve dois filhos. Em 9 de março de 1926, faleceu em Fukuyama devido a uma apoplexia cerebral. Ainda não está claro quando começou a ensinar Reiki. Presuminos que tenha sido por volta de 1920, relativamente pouco antes de sua morte. Em 1921, abriu uma clínica de Reiki em Jarajuku, Tóquio, perto do belo Meiji Jingu (santuário Meiji). Sua fama varreu o país como um furacão e ele mudou-se para uma casa maior, em Nakano, em 1925.

Está escrito na pedra do memorial de Usui no Cemitério de Saihoji, em Tóquio, que seu filho assumiu os negócios da família. Contudo, isso nada tinha a ver com o Reiki. Ainda não conseguimos descobrir que tipo de negocio ele tinha, mas nossa pesquisa continua. Sinto que é hora de desvendar o mistério que cerca o Dr. Usui. De todos os cantos do mundo reikianos, um número cada vez maior de informações está vindo à luz, e a última palavra certamente ainda não foi dita.

Aqui no Japão, muitos do que ouvimos sobre o Dr. Usui acabou sendo informação falsa ou incompleta. Por exemplo: o Dr. Usui não era cristão e não dava aulas na Universidade Doshisha em Kyoto. ele também não se matriculou como aluno lá. A universidade de Chicago (onde se supunha que ele tivesse estudado) também nada sabe a seu respeito.


As informações falsas não procedem só de foras do Japão. Uma "fonte confiável" também me garantiu que o primeiro nome do Dr. Usui devia ser pronunciado como Mikaomi e não Mikao. Em teoria, ambos os nomes são possíveis, uma vez que o kanji chinês com frequência permite mais de uma pronúncia. Entretanto, neste caso a informação provou estar errada.

Fumio Ogawa, chefe do ramo Shizuoka da organização fundada pelo Dr. Usui, e a quem devemos a mais profunda gratidão pelas informações fornecidas, também nos contou uma parte da vida dele da qual não tínhamos conhecimento. Ele disse que, durante algum tempo, Mikao Usui serviu como secretário particular do político Shimpei Goto, que sera Secretário do Departamento de Estradas de Ferro, Diretor Geral dos Correios e Secretário do Interior e do Estado. No ano Taisho 9 (1922), o Sr. Goto tornou-se prefeito de Tóquio. Podemos também presumir que o Dr. Usui tinha boas relações com muitos políticos influentes, e talvez suas viagens para fora do Japão, indicadas pela inscrição de sua lápide, possam ser explicadas desta forma. Contudo, ainda não sabemos exatamente quais eram os seus deveres quando estava a serviço do sr. Goto.

Conforme viemos, a saber, pela inscrição da lápide do Dr. Usui, ele ensinou Reiki para mais ou menos 2.000 pessoas e formou alguns professores de Reiki. Professores do Usui Reiki Ryoho Gakkai que tiveram seus próprios alunos: Sr. Imaizumi, Sr. e Sra. Isoda, Sr. Kaneko, Sra. Morisako, Sr. Chujiro Hayashi, Sr. K. Ogawa, Sr. Tsuboi. Outros professores foram/são: Sr. Egushi, Sr. Hanai, Sr. Harada, Sr. Haragushi, Sr. Hida, Sr. Ichinose, Sr. Ichiraizaki, Sr. Isobe, Sr. Jo, Sr. Kobaiashi, Sr. Kosone, Sr. Matsu, Sra. Nagano, Sra. Nagamine, Sra. Nakagawa, Sra. Tamura, Sr. Uchida, Sr. Usui e Sr. Yoshizaki. E aí estão os sucessores de Mikao Usui, que foram os presidentes do Usui Reiki Ryoho. O sétimo presidente, que é portanto o sucessor legítimo de Mikao Usui, o Sr. Kondo, ocupa o cargo desde o início de 1998.

 

]

Havia centros e clínicas de Reiki em muitas partes do país. Oficinas ministradas pelo Dr. Usui e seus principais discípulos aconteciam freqüentemente. A seguinte informação foi compartilhada conosco pelo Sr. Tsutomu Oishi, um cavalheiro de quase setenta anos da cidade de Shizuoka. Ele tinha sessões de cura com a Sra. Shizuko Akimoto na sua clínica, em Tóquio. Ela havia obtido o grau dos professores de Reiki conosco e desconhecia o fato de que o Sr. Oishi tinha aprendido Reiki com um dos principais discípulos do Dr. Usui, aproximadamente quarenta anos antes!

A mãe do Sr. Oishi tinha aprendido o tão comentado grau médio (Segundo Grau do Reiki?) quando era criança. Ele lhe perguntava sobre isso freqüentemente, mas ela respondia que havia prometido não falar a respeito. O irmão do Sr. Oishi tinha tido pólio, e sua mãe o tratou regularmente até ele estar completamente curado. Encorajada pelo seu êxito. Ela tratou de todas as crianças acometidas de pólio na vizinhança.

Durante os últimos 30 anos. O Sr. Oishi não teve nenhum contato com o Reiki, mas recentemente começou a pensar sobre isso novamente. Em agosto de l995, ele encontrou a Sra. Akimoto sem saber que ela era praticante de Reiki e repentinamente lhe disse durante uma das sessões de cura: “Sabe, há uma técnica de cura natural chamada Reiki.” A Sra. Akimoto ficou impressionada, uma vez que muitos de nós estávamos pesquisando durante anos a história do Reiki com pouquíssimo êxito.

Durante vários encontros, o Sr. Oishi disse-lhe que aprendeu a respeito do Dr. Usui e do movimento Reiki em Shizuoka. Examinei minuciosamente a informação, e o que se segue é um relato daquilo que julguei adequado para publicação em livro.

Dr. Usui ministrava um workshop em Shizuoka. A data exata é desconhecida. Neste ponto, eu de agradecer ao Sr. Oishi, do fundo do meu coração, pela sua generosidade em compartilhar conosco seu conhecimento e a bela fotogra?a do Dr. Usui!

A história do Reiki é a seguinte: certa vez. O Dr. Usui dirigia um negócio que foi malsucedido. Isso o deixou não apenas com uma grande dívida, mas também com o desejo de buscar alguma coisa alem do ganho material. O Dr. Usui normalmente meditava em uma cachoeira no monte Kurama. Um dia, enquanto estava sob a cachoeira, ele teve um satori (A palavra japonesa satori não pode ser traduzida como “iluminação”. Sator significa tradicionalmente um Iampejo efêmero de ordem mais elevada, ou súbita compreensão).

Algum tempo depois da sua experiência no monte Kurama, o Dr. Usui fundou o “Usui Reiki Ryoho Gakkei”. Enquanto o Dr. Usui estava vivo, o centro local de Reiki era dirigido por um certo Sr. Kozo Ogawa. O Sr. Ogawa costumava vender uniformes escolares e viajava de uma escola a outra na região de Shizuoka. Sempre que encontrava uma criança doente, ele a tratava com o Ele era um desses raros agentes de cura, como minha esposa Chetna, que sempre sabem quantas sessões levarão para curar uma certa doença. O Sr. Oishi, por exemplo, precisou de dez sessões para seus problemas de vista. Não houve mudança perceptível durante o tratamento, mas depois que acabou, o Sr. Oishi repentinamente percebeu que seu problema tinha amainado.

O Dr. Usui reconheceu os talentos de cura do Sr. Ogawa e finalmente o promoveu a mais alta posição da organização. O Dr. Usui e o Sr. Ogawa costumavam dar bolas de cristal carregadas de energia aos seus alunos de Reiki. Essas bolas de cristal eram colocadas diretamente sobre a área doente do paciente, ajudando o corpo a encontrar seu equilíbrio novamente. Depois da iniciação, todos os alunos também recebiam um manual que explicava o que é o Reiki, descrevia sintomas e dava orientações para o tratamento de doenças.

Livro: Reiki o legado do Dr. Mikao Usui, O Fogo do Reiki, Frank A. Petter

O MOVIMENTO REIKI OCIDENTAL

Muitos professores de Reiki descrevem o movimento ocidental do Reiki da seguinte maneira: antes de sua morte, o Dr. Usui passou seu conhecimento a muitos outros e fez do Dr. Chujiro Hayashi, um comandante da Marinha Imperial Japonesa, um Shihan de Reiki com a responsabilidade de guiar todos os outros professores de Reiki. Foi ele quem levou o Reiki do Japão para os Estados Unidos, quando visitou o Havaí no final de 1936 para se encontrar com uma de suas alunas, Hawayo H. Takata. A Sra. Takata era uma “nikkeijin” (imigrante japonesa vivendo no exterior) nascida na ilha de Kauai, Havaí, em 24 de dezembro de 1900.

Não se sabe quantas pessoas receberam o título de mestre de Reiki do Dr. Hayashi, mas sabemos que de fato ele fez da Sra. Takata uma Mestra de Reiki quanto visitou o Havaí em 1938. Um pouco antes de sua morte, em 10 de maio de 1941, ele nomeou a Sra. Takata grã-mestra de Reiki e líder do movimento Reiki.

Diz-se que a Sra. Takata declarou que havia apenas cinco mestres de Reiki trabalhando sob a sua orientação, em 1941. Também se diz que ela, por sua vez, formou 22 professores antes de sua morte em 12 de dezembro de 1980 e que ela deixou como herança o título de grã-mestra à sua neta, Phyllis Lei Furumoto.

Depois da morte da Sra. Takata o movimento de Reiki no ocidente se dividiu em duas direções: A “Reiki Alliance”, orientada por Phyllis Furumoto e a “The Radiance Technique”, liderada por Barbara Ray e sediada nos Estados Unidos. Muitos outros ramos do Reiki surgiram a partir da "Reiki Alliance", como o independente Mestres de Reiki e o Reiki do Osho.

Livro: O Fogo do Reiki – Frank A. Petter

O MOVIMENTO REIKI JAPONÊS

Até agora, reunimos informações sobre duas correntes de Reiki no Japão. A primeira é em Tóquio, a segunda é no distrito de Shizuoka, no Estado de Chubu, sul de Tóquio.

Logo após a morte do Dr. Usui, o movimento do Reiki no Japão se dividiu em diferentes grupos, entre os quais, o Hayashi Shiki Reiki Ryoho, do Dr. Hayashi. Por razões desconhecidas, em algum momento o Dr. Hayashi se desligou da Usui Reiki Ryoho Gakkai, o que foi comprovado pelo fato dele ter criado seu próprio método. Outro fato leva a essa conclusão, uma vez que ele transmitiu a Takata o nível de Mestra professora de Reiki, o que não faz sentido, já que somente o presidente da Gakkai poderia entregar a alguém o título de professor (Shihan).

Afirma-se que Hayashi foi bastante famoso em sua época e que a quantidade de seus seguidores superou em muito a do grupo originário da Gakkai. Entretanto, a organização criada por ele praticamente desapareceu após sua morte, embora sua esposa, Chie Hayashi, tenha continuado a ensinar Reiki.

No Japão se afirma que a história do “suicídio interior” de Hayashi e que muitos de nós leram em livros ocidentais de Reiki, é apenas uma lenda. O fato é que, como o Dr. Hayashi viajava com freqüência aos Estados Unidos para ensinar Reiki e quando se estabeleceu a guerra os dois países tornaram-se inimigos, surgiram rumores de que ele era um agente, razão pela qual decidiu tirar sua própria vida.

Os grupos de Reiki no Japão ou eram muito pequenos o tinham ares enigmáticos e, por isso, cresceram pouco. A maior parte deles acabou depois da segunda guerra. Muitos deles desapareciam após a morte de seu fundador e outros mudavam seu conteúdo para satisfazer a determinados interesses. Alguns dos pequenos grupos religiosos que existem hoje no Japão foram criados por alunos do Dr. Usui.

Entre os anos 40 e 80 houve um grande vazio na história do Reiki e faltam informações sobre os fatos mais significativos.

A cultura japonesa é conhecida e, de certo modo ridicularizada, pelo fato de que certos métodos desenvolvidos no país e exportados para o Ocidente devem ser novamente introduzidos lá para que os próprios japoneses o aceitem. Aconteceu isso com a cultura macrobiótica, que se tornou conhecida depois que se popularizou nos Estados Unidos e foi levada de volta para o Japão. O mesmo aconteceu com o Aikido, com o Shiatsu e com o Reiki. Em razão disso, somos obrigados a nos referir como “Reiki Ocidental” àquele ensinado por Takata e como “Reiki Japonês” àquele ensinado segundo os métodos da Gakkai e de outros grupos relacionados a ela.

Em poucos anos o Reiki Ocidental de difundiu por todo o país e em 1999 o Reiki havia se convertido em uma técnica muito conhecida, entretanto, passaram a existir muitos tipos de escola de Reiki Ocidental. Considerando-se que os japoneses são muito bons para sintetizar, tornam-se hábeis quando se trata de encampar um sistema de pensamento, um conceito, uma máquina, uma técnica ou uma religião e mudam tudo isso totalmente. Com freqüência o resultado obtido é muito melhor que o produto original.

No caso do Reiki ocidental praticado no Japão, a corrente de transmissão não tem grande importância. São muito poucos os professores de Reiki que se interessam por saber com quem seu aluno aprendeu Reiki. Logo, é perfeitamente possível perguntar ao professor qual linha ele segue sem com isso ser descortês. Nos círculos de Reiki ocidental, ser japonês e ensinar Reiki é considerado um símbolo de status.

 

O DESENVOLVIMENTO DO REIKI NO JAPÃO

Segundo relato de Frank Arjava Petter, que foi quem pesquisou as origens do Reiki Usui tradicional, por volta de 1997, comprovou-se que o sistema original criado pelo Dr. Usui estava na realidade baseado na intuição. O praticante deveria obedecer a suas mãos. Uma vez que o Reiki se aprende e é praticado no Japão há muitos anos, não era necessário um sistema determinado de posições e uma duração fixa de tempo em cada uma delas. Os sistemas de doze, quatorze ou mais posições foram criados no Ocidente. Do manual do Dr. Hayashi entende-se claramente que ele não criou posições “ocidentais” das mãos. É possível que ele as tenha criado a partir do encontro com Hawayo Takata. Isso não quer dizer que não se deva utilizar as posições ocidentais de mãos. Elas cumprem seu objetivo e são de grande ajuda, especialmente para os iniciantes.

Sob a direção do Dr. Usui, na sede da Usui Reiki Ryoho Gakkai realizavam-se quatro reuniões mensais, e nelas se realizavam as seguintes atividades:

Recitavam-se me voz alta os poemas de Meiji-Tenno (O Imperador Meiji), já que o Dr. Usui era muito afeto a ele e falava dele com muito respeito. Os imperadores japoneses são considerados como encarnação do deus Shinto e até hoje muitos japoneses reverenciam seu imperador e toda a família imperial. Mesmo hoje em dia, em muitas casas se encontram fotografias da família imperial.

Do ponto de vista político, a Reforma Meiji (1868-1912) foi uma época de muitas transformações e desordem, ou seja, uma época em que se quebraram várias estruturas e se criaram novas. Nos primeiros anos desse período, o budismo e o cristianismo foram violentamente perseguidos.

Quando o budismo foi introduzido no Japão no século V, se mesclou com a religião japonesa original, o shintoísmo, e muitos japoneses eram adeptos de ambas as crenças. A Reforma Meiji tinha por objetivo separar as duas religiões e declarar o shintoísmo como religião de Estado. Nesse processo foram mortos muitos monges budistas, fecharam ou destruíram muitos monastérios e seus habitantes foram obrigados a decidir aderir ao shintoísmo ou sofrer severas conseqüências. Muitos grupos cristãos passaram à clandestinidade ou se dissolveram completamente.

Essa violenta frente de grupos religiosos deve ter sido o motivo pelo qual o Dr. Usui integrou os princípios Meiji ao seu trabalho com o Reiki. Provavelmente quis escapar do destino de tantos outros grupos de sua época dedicados à cura energética. O Taireidou (grupo de cura pelas mãos), por exemplo, foi proibido e para sobreviver dividiu-se em numerosos grupos.. O cargo do Dr. Usui como secretário de Shinpei Goto, um político de alto nível de sua época, foi um fato importante naquelas circunstâncias.

Suas conexões políticas e o fato de que muitos praticantes de Reiki na época do Dr. Usui vinham de setores da alta sociedade, (um artigo de um periódico do ano de 1929 dizia que o presidente do Banco de Tókio era um praticante de Reiki) salvaram o movimento Reiki das perseguições. Entretanto, durante a segunda guerra mundial, alguns praticantes de Reiki temiam que seu grupo fosse associado ao movimento pacifista, e esse talvez tenha sido o motivo pelo qual a Gakkai suspendeu suas atividades durante a guerra. Depois de 1945 ela as retomou.

Durante as reuniões de Reiki do Dr. Usui, os participantes diziam em voz alta os poemas e ouviam depois uma palestra sua. Parece que tinha muito humor e uma grande energia vital. Muitas pessoas queriam tocar suas roupas para poder conectar-se e absorver essa energia transbordante. Isso acontecia com os santos da Índia e seguramente era o caso também dos santos católicos.

Após recitar os poemas do Meiji Tenno, o Dr. Usui explicava o Reiki aos participantes, de onde vinha e como devia ser utilizado e descrevia um caso para ilustrar suas explicações. Os participantes praticavam a meditação Gassho e a técnica respiratória Joshin Kokyuu-Ho e depois se tratavam entre si.

 

OS FUNDAMENTOS BUDISTAS DO REIKI

A inscrição no túmulo do Dr. Usui nos diz que ele sentiu a energia Reiki durante um retiro de jejum de 21 dias no monte Kurama.

O monge Gantei, discípulo de Ganjin (fundador do Templo Toshodaiji, em Nara), fundou o imponente Templo Kurama no ano 770, depois de passar por uma experiência religiosa profunda nesse local. Até 1949, o Templo Kurama estava ligado ao budismo Tendai; após essa data, ele se transformou na sede da Seita (pequena comunidade de fé) Kurama Kokyo. Na secretaria do templo, recebemos informações seguras de que ali nunca foram realizados retiros de jejum/meditação de 21 dias.

Entretanto, houve insinuações de que uma pessoa ou outra poderia ter realizado essas práticas por iniciativa própria, especialmente no passado. Graças às dimensões, à forte energia e às antigas e extensas florestas de cedros, o monte Kurama oferece um ambiente perfeito para meditação e para a busca de si mesmo. Hoje é possível passar um dia e uma noite meditando e elaborando mantras no Templo Kurama fazendo-se reserva com antecedência.

Alem disso, o monte Kurama e seus arredores ainda conservam alguns pequenos e belos santuários xintó. Preciso mencionar particularmente o Kubune Jinja (santuário), localizado aos pés do Kurama, na estrada para Quioto. O xintoísmo e o budismo estão profundamente interligados no Japão, e por isso nem sempre é fácil para um leigo saber se ele está num templo budista ou num santuário xintoísta. O Dr. Usui era budista e a seguir, estão os conceitos que influenciaram mais intensamente o Dr. Usui.

O budismo esotérico tântrico chegou ao Japão no início do século XIX com o monge japonês Kukai (Kobo Daishi, 774-835) e com Saicho (Dengyo Daishi, 767-822), que haviam estudado na China. Kukai foi aluno de Huikuo (japonês: Keika, 746-805), discípulo do monge indiano Amoghavajra, que por sua vez foi aluno do famoso instrutor indiano Vajrabodhi. Os dois indianos viveram no Templo Tahsingshan, em Changan, centro atual da Associação Budista Shensi na China. Depois da morte do seu professor, Kukai voltou ao Japão e ensinou o que havia aprendido na China. Ele se tornou o fundador do budismo Shingon. Saicho estudou no monte Tien-tai, na China. Ao voltar, fundou o budismo Tendai, com sede em Kyoto.

No Japão, essas duas escolas são em geral conhecidas pelo nome Mikkyo.

O santo padroeiro do budismo esotérico no Japão é Dainichi Nyorai (Mahavairocana Tathagata), e os escritos mais importantes e sagrados são o Dainichi-Kyo (Mahavairocana Sutra) e o Kongocho Gyo (Vajrasekhara Sutra).

Em resumo, o objetivo do budismo esotérico é Shunyata, o vazio. Esse vazio não é um estado negativo de ausência; deve, sim, ser entendido como transcendência da dualidade. Quando o “eu” não se distingue mais do “outro”, a unidade do todo é restabelecida, O “eu” só existe na nossa imaginação, na nossa mente. Nós criamos o ego e o mundo com os nossos pensamentos. Nosso estado natural de ser é o vazio, não afetado pelos atributos, pelo passado e pelo futuro.

Para muitos de nós, esse objetivo também está ligado ao Reiki de modo semelhante: sentindo sua unidade com o cosmos, voltando às origens, à unidade.

Livro: Manual de Reiki do Dr. Mikao Usui – Dr. Mikao Usui – Frank A. Petter

 

AUTÊNTICO OU NÃO?

Existe uma velha controvérsia na comunidade reikiana: a questão sobre o Reiki “original”. Quais são, na verdade, os métodos originais, o que foi mudado e por quais razões, e o que possivelmente melhorou desde o tempo da morte do Dr. Usui? Antes de me dedicar a este tópico, gostaria de esclarecer os mal-entendidos sobre o curso real dos eventos que se seguiram à morte do Dr. Usui.

Como sabemos o Dr. Usui foi o fundador e primeiro presidente da Usui Reiki Ryoho Gakkai (a organização de Reiki que ele próprio criou). Depois de sua morte, a direção passou para um de seus amigos mais íntimos, seu colega Sr. Ushida, que também escreveu a inscrição para a pedra do memorial no Cemitério Saihoji, em Tóquio. O Sr. Ushida foi, portanto o sucessor de Usui. Após a morte de Ushida, o seguinte na série de sucessores foi o Sr. Taketomi, seguido pelo Sr. Watanabe. O Sr. Wanami aposentou-se de seu posto no início de 1998. O presidente atual do Usui Reiki Ryoho Gakkai é o Sr. Kondo, juntamente com a Sra. Koyama, uma mulher carismática na casa dos 90.

Presidentes da Usui Reiki Ryoho Gakkai

MIKAO USUI (1922 – 1926)

JUZABURO USHIDA (1926 -1935)

KANICHI TAKETOMI (1935 – 1960)

YOSHIHARU WATANABE (? – 1960)

HOUICHI WANAMI (? – 1975)

KIMIKO KOYAMA (1975 – 1999)

MASAKI KONDOH (1999 até hoje)

No Japão, nunca houve um título como “Grão-Mestre” ou “Portador da Linhagem”. Entretanto, o Sr. Chujiro Hayashi, que foi treinado pelo Dr. Usui e era um aluno estimado, recebeu permissão para ter alunos próprios de Reiki e treiná-los, mas nunca foi designado como sucessor de Usui. Ele foi apenas um dos muitos alunos que receberam esse privilégio.

Nos círculos japoneses de Reiki, muito pouca gente ouviu falar da Sra. Takata. É verdade que o Sr. Hayashi operava uma dojo (clínica, escola) em Shinano-Cho (Cho significa cidade, Shi significa cidade grande) com dez camas. De acordo com relatos de pessoas da época, essas camas estavam sempre ocupadas. Essa afirmação aparentemente se refere à “clínica de Reiki” que dizem que o Sr. Hayashi dirigia. Essa, porém, é provavelmente uma tradução imprecisa da palavra japonesa Byoin, que muitas vezes é falsamente traduzida como clínica. Até o consultório muito pequeno de um médico recebe esse nome em japonês.

Quando dizem que havia muitas clínicas de Reiki no Japão na época de Usui, provavelmente estão se referindo a pequenos estabelecimentos. Jamais conseguimos encontrar um hospital ou uma clínica grande que tenha trabalhado com Reiki. Estou certo, contudo, de que este fato irá mudar neste século. Neste ponto, gostaria de afirmar enfaticamente que nada tenho contra o Sr. Hayashi ou a Sra. Takada nem contra todos os que vieram depois deles. Estou interessado simplesmente na verdade, por mais agradável ou desagradável que ela possa ser. Estou convencido de que o Dr. Usui e seus legítimos sucessores merecem a verdade.

Muitos de nós, incluindo eu mesmo, provalvelmente têm a tendência de ouvir o que desejam ouvir e o que somos capazes de entender. O trabalho com o poder do Reiki naturalmente continuou a desenvolver-se e passou por certas mudanças. É certo que cada professor de Reiki instrui à sua própria maneira e muda o sistema de modo a adequá-lo à sua abordagem pessoal e a harmonizá-lo com sua compreensão pessoal.

Em ambas as linhas do Reiki, porém, ainda mais no sistema ocidental do que no japonês, houve mudanças enormes. Muitos aspectos importantes do trabalho do Reiki foram removidos do sistema tradicional por Hayashi ou Takata. Não sei qual deles fez tais mudanças, mas eles também acrescentaram muitas coisas positivas!.

Agora gostaria de tratar mais detalhadamente das razões culturais e lingüísticas para as diferenças dos sistemas ocidental e oriental do Reiki. Muitos de nós acham os japoneses misteriosos, amigáveis, mas reservados, sempre sorrindo, mas nunca muito alegres. Quase sempre os vemos em grupos, e é difícil estabelecer com eles um contato pessoal.

Após anos de experiência em minha escola de línguas, cheguei à conclusão de que o Leste e o Oeste diferem fundamentalmente em seu modo de pensar e sentir. Por exemplo: os japoneses usam principalmente o hemisfério cerebral direito intuitivo. Na minha opinião, a razão para isso, entre outras coisas, está nos milhares de anos de evolução da língua japonesa. Os caracteres japoneses, chamados kanji, não são sons como as letras de nosso alfabeto, mas figuras. O kanji para montanha ou rio são exemplos maravilhoso disso.


Kanji "Yama" (montanha) e "Kawa" (rio)

Isto significa que os japoneses pensam de uma forma abstrata, em imagens, desde a infância. A lógica não é um tópico de interesse no Japão, e depois de quase sete anos no país, só conheço dois japoneses que pensam lógica e linearmente. Isto não deve ser tomado como avaliação: os japoneses simplesmente pensam de maneira diferente, que não é, de modo algum, pior ou inferior à nossa. O pensamento intuitivo é uma habilidade maravilhosa, e o mundo seria mais rico se os ocidentais dominassem também esta arte.

A fim de difundir em uma nação ocidental o sistema Reiki japonês, que é organizado de uma forma muito intuitiva, ele teve de ser dividido em passos lógicos. A energia do Reiki naturalmente não sofreu com isso, e seja qual for o sistema usado, isso não tem a menor importância.

No Reiki ocidental, os rituais de iniciação foram estabelecidos de uma forma muito sistemática. No Reiki tradicional japonês, foi dada ao professor mais liberdade para seguir sua inspiração. Mas também não era simples tornar-se professor de Reiki, e apenas certos alunos espiritualmente desenvolvidos foram selecionados com este propósito. Certamente poderíamos discutir se é melhor treinar apenas alunos espiritualmente desenvolvidos para serem professores de Reiki — mas quem quer decidir isso? Em minha carreira como professor de Reiki, já tive algumas supresas a este respeito em ambas as direções. Alguns dos alunos que senti serem amadurecidos e integrados deixaram que o fato de serem professores de Reiki lhes subisse à cabeça; outros, que eu considerava adormecidos e confusos na época, agora me dão motivos frequentes para agradecer-lhes seus sabios conselhos!

Acho que um ritual de iniciação detalhado e testado pelo tempo é absolutamente necessário no Ocidente, onde o nível de professor de Reiki está à disposição de qualquer pessoa que possa pagar. Uma iniciação não ocorre por si mesma, por meio de um livro ou de um vídeo. Ela deve ser sempre ajudada por um catalisador, neste caso, um professor. No entanto, as iniciações espirituais dos iluminados são uma história completamente diferente, que não pode ser aplicada às iniciações de Reiki: mestres espirituais como Jesus, Buda ou Osho iniciam milhares de pessoas sem conhecê-las individualmente, sem olhar para elas ou tocá-las, quanto mais falando com elas. Para fazer isso, o mestre nem precisa mais estar em seu corpo material. Não desejamos, entretanto, torna-nos megalomíacos: vamos deixar isso para os iluminados!

Doze posições de mãos, que não existem no sistema japonês, também foram acrescentadas ao sistema ocidental. No sistema japonês, naturalmente também há algumas diretrizes, mas as mãos recebem uma rédea mais solta a fim de encontrar os lugares do corpo para os quais a energia deve ser dirigida. Como vimos nos textos com perguntas e respostas do Dr. Usui, as partes afligidas do corpo também podem ser tocadas ou receber pancadinhas, olhares e sopros, a fim de que os poderes de cura do corpo sejam postos em movimento.

Pessoalmente, as posições de mãos são muito úteis para os iniciantes em particular, uma vez que elas dirigem a energia a todo o corpo e, ao mesmo tempo, ligam tanto o paciente como o terapeuta à Terra. A intuição é certamente uma ferramenta importante, mas não de todo inofensiva, uma vez que os limites entre a intuição e a ilusão podem ser um tanto nebulosos.

Também pode ser que o Sr. Hayashi ou a Sra. Takata simplesmente não compreendessem o significado de algumas coisas, ou que os métodos tradicionais não fossem compatíveis com a inclinação cristã que o povo desejava dar ao Reiki nos Estados Unidos (e talvez fosse preciso dar, para que o Reiki sobrevivesse em uma sociedade cristã). Podemos imaginar a situação logo antes da Segunda Guerra Mundial e durante o conflito. Teria sido absolutamente impossível propagar nos Estados Unidos um sistema de cura japonês voltado para o budismo sem enfrentar terríveis problemas. Os ocidentais provavelmente jamais teriam ouvido falar sobre Reiki se ele tivesse sido ensinado no Havaí, seu lugar de origem no Ocidente. Agradeço à Sra. Takata, de todo o coração, por abrir-nos a porta do Reiki. Contudo, hoje não é mais necessário descrever o Reiki como cristão, Nada tenho contra o cristianismo, mas o Dr. Usui não era cristão.

Os métodos japoneses de Reiki devem agora ser ensinados e aprendidos mais uma vez. Seria uma pena deixa-los juntar poeira no armário do sigilo. Foi dito aos alunos ocidentais do Reiki que todos os praticantes de Reiki do Japão morreram durante a Segunda Guerra Mundial. Naturalmente, isso é um absurdo. O fato é que o Usui Reiki Gakkai teve de se mudar com freqüência durante a guerra. Como muitos de seus membros procediam das fileiras dos Marinheiros Imperiais, precisaram ser cuidadosos durante a guerra para não serem vistos e perseguidos como parte do movimento pela paz. Durante um tempo, a sede do Usui Reiki Gakkai foi em Togo Jinja, um santuário xintoísta em Harajuku, Tóquio.

Somente em Tóquio há pelo menos quatro correntes “tradicionais” diferentes de Reiki. A linha principal ainda é dirigida pelo Sr. Kondo. Conheci pessoalmente cinco correntes japonesas diferentes de Reiki, que estão espalhadas por todo o país. Cada uma delas tem seu próprio caráter e sua própria individualidade. (No Japão, o Reiki que foi e ainda é praticado pelos monges budistas atua com exercícios de respiração e meditação. Outra fonte combina Reiki e macrobiótica. Uma terceira Reiki e xintoísmo, e assim por diante).

Que eu saiba, nenhuma das escolas japonesas tradicionais de Reiki aceita, em seus círculos, estrangeiros ou japoneses que residam em outros países. Sob a direção da Sra. Koyama, a sede não tinha interesse em um intercâmbio com não-japoneses. Não devemos condená-los por essa atitude, depois de todas as experiências negativas que eles tiveram com estrangeiros. Se os ventos irão mudar neste aspecto, sob a liderança do Sr. Kondo, ainda é uma interrogação.

Há agora milhares de professores de Reiki no Japão que ensinam o sistema ocidental. Desde que Chetna e eu começamos a ensinar todos os níveis de Reiki no Japão, muitos deles nos conheceram um de nossos alunos. Por estranho que pareça, algo importado de volta para o Japão muitas vezes é mais bem recebido do que algo que teve lá suas origens e nunca saiu do país. A situação da macrobiótica é semelhante.

O Reiki ocidental que é ensinado no Japão absorveu, com o passar do tempo, muitos aspectos da Nova Era e é, portanto, semelhante ao Reiki conhecido no Ocidente. Depois de estudarem conosco, alguns dos professores japoneses de Reiki estudaram com outros mestres e uniram diversos sistemas. Outros combinaram os sistemas ocidental e japonês. O Reiki adapta-se às habilidades e interesses daqueles que o praticam. Por que isso acontece? Para mim, no Reiki tudo gira em torno de um eixo, o eixo da energia. E esta energia é a mesma em todos os lugares, seja qual for o país, a orientação ou a filosofia. A energia do Reiki é e permanece a energia do Reiki sem quaisquer atributos ou limitações. Sem dívida, esta é uma peculiaridade que devemos comemorar!


Livro: Reiki o legado do Dr. Mikao Usui, Frank A. Petter

 

A INSCRIÇÃO DO MEMORIAL DE USUI

O memorial nada mais é, do que um grande bloco de pedra com 2,5 metros de altura, onde se encontra escrito um texto relatando sobre sua vida.

A inscrição do Memorial de Usui foi escrita em japonês antigo pelo Sr. Okata, membro do Usui Shiki Reiki Ryoho, e pelo Sr. Ushida, que se tornou presidente após a transição de Usui Sensei. A tradução para o inglês aparece em "Reiki Fire" e é usada aqui (em português), com permissão do autor, Frank Arjava Petter.

O grande kanji que aparece no alto do memorial diz: "Memorial da Virtude de Usui Sensei". A seguir, lê-se: "Alguém que estuda muito (i.e. pratica meditação) e trabalha assiduamente para melhorar o corpo e a mente com o objetivo de tornar-se uma pessoa melhor, é chamado de "homem de grande espírito". As pessoas que usam esse grande espírito para um propósito social, isto é, ensinar o caminho certo a muita gente e fazer o bem coletivamente, são chamadas de "professores". O Dr. Usui foi um desses professores. Ele ensinou o Reiki do Universo (energia universal). Inúmeras pessoas pediram-lhe que lhes ensinasse o grande caminho do Reiki e que as curasse. O Dr. Usui nasceu no primeiro ano do período Keio, chamado Keio Gunnen, em 15 de agosto (1865). Seu primeiro nome era Mikao e seu outro nome pronuncia-se Gyoho (ou Kyoho). Ele nasceu na vila de Yago, no distrito de Yamagata da prefeitura de Gifu. O nome de seu ancestral é Tsunetane Chiba. O nome de seu pai era Uzaemon. O nome de família da mãe era Kaweai. Pelo que se sabe, ele foi um aluno talentoso e esforçado. Quando adulto, viajou para vários países ocidentais e para a China a fim de estudar. A certa altura de sua vida, as coisas começaram a correr mal; contudo, ele não desistiu e continuou seu treinamento. Certo dia dirigiu-se ao Monte Kurama para um retiro de 21 dias, jejuando e meditando.

Ao final desse período, subitamente sentiu a grande energia do Reiki no topo da cabeça, o que o levou ao sistema de cura Reiki. Primeiramente usou o Reiki em si mesmo, depois em sua família. Como funcionou bem para vários males, ele decidiu compartilhar seu conhecimento com o público em geral. Abriu uma clínica em Harajuki, Aoyama, Tóquio, em abril do 11º ano do período Taisho (1922).

Ele não apenas tratou de inúmeros clientes, alguns dos quais haviam viajado de muito longe, mas também realizou vários cursos de treinamento para espalhar seu conhecimento. Em setembro do décimo segundo ano do período Taisho (1923), Tóquio foi atingida pelo devastador terremoto Kanto. Milhares de pessoas foram mortas, feridas, ou ficaram doentes. O Dr. Usui levou o Reiki para a cidade devastada, usando seu poder de cura em favor das vítimas sobreviventes. Sua clínica logo se tornou pequena demais para atender tantos clientes, e em fevereiro do 14º ano do período Taisho (1925), ele construiu uma nova clínica fora de Tóquio, em Nakano. Sua fama espalhou-se rapidamente por todo o Japão, e ele começou a receber convites de cidades e vilas distantes. Uma vez foi a Kure, outra a Hiroshima, depois a Saga e Fukuyama. Durante sua estada em Fukuyama, ele teve um ataque cardíaco fatal, no dia 9 de março do 15º ano do período Taisho (1926), aos 62 anos de idade. A esposa do Dr. Usui chamava-se Sadako; seu nome de solteira era Suzuki. Eles tiveram um filho e uma filha. O filho, Fuji Usui, cuidou dos negócios da família após o falecimento do Dr. Usui. O Dr. Usui era uma pessoa muito calorosa, simples e humilde. Era fisicamente saudável e bem proporcionado. Nunca se exibia e sempre tinha um sorriso nos lábios.

Era também muito corajoso face à adversidade. Ao mesmo tempo, era uma pessoa muito cautelosa. Tinha inúmeros talentos. Gostava de ler e seu conhecimento de medicina, psicologia e teologia das religiões de todo o mundo era vasto. Esse hábito de estudar e colher informações certamente ajudou a preparar o caminho para sua percepção e compreensão do Reiki. O Reiki não apenas cura doenças, mas também amplia aptidões inatas, equilibra o espírito, torna o corpo sadio e, assim, ajuda as pessoas a alcançarem a felicidade. A fim de ensinar isso a outros, devemos seguir os cinco princípios do Imperador Meiji e meditar sobre eles. Devemos repeti-los diariamente, uma vez de manhã e outra à noite.

1) Não se zangue hoje.
2) Não se preocupe hoje.
3) Seja grato hoje.
4) Trabalhe arduamente hoje (prática meditativa).
5) Seja bom para os outros hoje.

A meta final é compreender o método secreto antigo para se alcançar a felicidade (Reiki) e, assim, descobrir uma cura para múltiplas enfermidades. Se esses princípios forem seguidos, nós conseguiremos a grande tranqüilidade mental dos sábios da Antigüidade. Para espalhar o sistema Reiki, é importante iniciarmos em um lugar próximo de nós (nós mesmos), e não a partir de algo distante, como filosofia ou lógica.

Sentem-se em silêncio todas as manhãs e todas as noites, com as mãos postas em "Ghasso" ou "Namaste". Sigam os grandes princípios e aquietem-se. Trabalhem com o coração e ajam a partir do espaço interior que existe dentro de cada um.

Os paradigmas filosóficos estão mudando o mundo. Se o Reiki puder ser espalhado por todo o planeta, irá tocar o coração da humanidade e o moral da sociedade. Ele será útil para muita gente, não apenas curando doenças, mas curando a Terra como um todo. Mais de 2.000 pessoas aprenderam Reiki com o Dr. Usui. Um número ainda maior aprendeu-o com seus primeiros discípulos, que levaram o Reiki adiante. Agora, após o falecimento do Dr. Usui, o Reiki continuará a espalhar-se. É uma bênção universal termos recebido o Reiki do Dr. Usui e podermos transmiti-lo a outros. Muitos dos alunos dele uniram-se para construir este memorial aqui no Templo Saihoji, no distrito Toyotoma.

William Lee Rand

 

Fonte: http://reiki.conhecendo.com.br/historia.htm em 15/08/2015

Deixe seu Comentário